9.20.2016

Viejo es el viento, todavía sigue soplando

Andei um tanto por esse mundo. Menos que queria, mas muito mais que a maioria. Em algumas terras, fui estrangeira e estranha; em outras, fui do povo, local, como se tivesse ali crescido e casado e tido filhos e plantado uma árvore em um terreiro atrás de casa. Esse sentimento de pertencer que encanta a vida de quem está em outras terras.
Em alguns desses lugares deixei pedaços de minha alma, de meu coração e integrei em mim costumes da terra, carregando pelo resto da vida aquele lugar comigo. Em outros, o local foi que me deu um vislumbre de sua sabedoria ou costume que me deixou sem fala. Também carrego esses entalhados na lembrança.
Em um dia de sol forte na América Central, ao me ver cansada e suada, uma senhora, vendendo não me lembro mais o quê, me sorriu. Comentei que estava velha para tantas andanças. Ela me respondeu: Viejo es el viento, y todavía sigue soplando. Verdade. Abri-lhe um sorriso ensolarado  que foi plenamente retribuído e me fui ventando,todavía vieja, mas también ventando.
Em outra ocasião, em uma ilha do Atlântico Norte, em uma cidade de ruas não lineares, pedras escorregadias e fajãs a subir, um amigo, ligeiramente perdido, perguntou a um guarda entediado qual a direção da água porque queria muito molhar os pés. O homem olhou-o com estranheza da lógica tão óbvia em sua frente e que ninguém entendia e disse-lhe em tom intrigado, fazendo um círculo grande com as mãos: Ora, a água está em todo o lugar, estás numa ilha! Claro que sim, como não percebemos! E também aprendi que perguntas feitas nas ilhas devem ser cuidadosamente construídas dentro da lógica dos ilhéus. Olhar o horizonte ao longe todo dia na prisão com cercas de água lhes confere uma perspectiva única, uma resignação típica dos que ficam. Ilhéus ficam. Mesmo que não seja em ilhas.
Carrego, também, comigo as línguas que ouvi. A mágica da primeira palavra em língua estrangeira ainda me assombra e extasia, assim como reconhecer meu povo na fala mesma, mas com sotaque diverso. Que delícia ouvir minha língua portuguesa com sotaques de terras além mar! Que delícia ouvir a brisa das ilhas, a saudade e o atabaque ancestral na minha língua portuguesa!
mezcolanza que nos tornamos ao andarmos por outras terras e ouvirmos outras línguas e misturarmos costumes e ideias é trazermos ele mesmo, o mundo, dentro de nós permanentemente e pertencermos a ele em todos os lugares sem sermos estrangeiros.
Publicado previamente no LinkedIn Pulse e no Medium.com

9.29.2015

The chance to fly is there, but the choice is yours

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Given wings, people will fly. Some will soar high and beautiful as eagles; some will fly awkwardly as crows, screaming more than flying; some will go up and down without a true flight plan, some will fly as little and as low as the chickens. Some, however, will not even try to fly, rather putting their heads into the ground out of fear like ostriches. But everyone must receive wings regardless what they will do with that: the chance of flying must be given to all. The opportunity to experience it is what matter. 

6.08.2015





The sun is beautiful and warm, shining high in the mid day sky in SF. Seagulls disputing space and food with pidgeons in the Civic Center Square fill the air with misplaced nautical sounds.I left the building with my hands still gelid from the office's air conditioning. I smell summer in the air, the sky is gloriously blue and, being embraced by the sun when I cross the street, I long for my hometown in an almost painful way. I am tropical, I miss the sun, I miss the sea. A dirty homeless is seated in the shade with the Street Sheet he was selling spread all around him. His head was almost on his lap, he was moving slowly: not dead, thank God. Yet. I buy a small sandwich for lunch and return to my polar office, feeling more entrapped than ever..
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8.17.2014

Maria Rita - Encontros e despedidas





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12.17.2012

Argh...


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Algumas notícias chegam como um soco no estômago. Não são digeríveis, doem e transformam as coisas.


Algumas notícias são surreais. Não cabem na realidade das coisas e são profundamente perturbadoras.

Algumas notícias incomodam, tiram do prumo o que até então estava correto.

Tendem a vir juntas.

Esperam que nós, recebedores dessas notícias, saibamos o que fazer com elas, que saibamos organizá-las nos compartimentos estanques da alma, de onde nunca mais podem sair.

Eu? Sou obrigada a ser civilizada, a me comportar, mesmo quando essas notícias me afetam muito. Algumas vezes, nem chorar é exatamente permitido.

Eu? Esperam que eu continue, que eu siga em frente, levando aos outros, esperanças que também me faltam. Devo sempre ser forte, sempre dizem: "mas você é forte". Não sou...

E o abandono a que me submetem? E a desesperança que cairá sobre todos? O que fazer com esses sentimentos?

E se eu apresentar minha carta de demissão também?



8.28.2012

Reflexão


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Busco, na intemperança das pessoas, os traços daquela parte de mim que abjeto. Percebendo com clareza os efeitos nefastos desses traços ignóbeis, elimino-os de minha vida o máximo que posso. Mas não há aquele que, sendo mortal, seja imaculado. Nem eu, senão seria uma santa entediada. Lamento apenas que a clareza só seja maior quando vista na imagem refletida no espelho e raramente na pura e simples auto-reflexão.


6.25.2012

Povos do Mar II


O assunto não se esgota.
Ao testemunhar o abrir das velas
ao vento terceiro do dia,
em barcos alheios,
os imemoriais desejos de se lançar ao mar
retornam fortes,
soltando as amarras da imaginação
contida apenas pela estreita praia.
 
Com panos desfraldados,
a navegação contínua
por caminhos desconhecidos
é o que acaba sendo o destino comum.
 
Respingos de água do mar
refrescam a alma curtida,
branca e azul marinho,
desses eternos marinheiros.
 
Está no sangue ancestral.

5.25.2012

História Comum




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As histórias dos outros
Se mesclam, se misturam e se juntam
Na história de um povo

Vidas interlaçadas,
Intercaladas,
na construção de uma nação

Estranhos construtores
de experiência comuns,
de futuros comuns

Os alheios, os estranhos,
os outros,
sem se darem conta,
fazem e refazem suas histórias
e sua história,
juntos,
mas sem se notar.
Estranho ser humano.

Povos do Mar





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Os povos do mar
têm o horizonte como limite.
Ilimitado.
O sal tempera-lhes os espíritos,
inchando as saudades,
mas secando eventuais tristezas.

Os povos do mar
não temem molhar os pés
em águas e aventuras.
O sol que lhes beija as frontes,
também tinge de dourado
os olhos e os olhares.

Os povos do mar
Se lançam em busca de oceanos outros
Mares, naturais caminhos
daqueles que vão só,
mas nunca sozinhos.

3.06.2012

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Long time without a visit here...life is speeding so fast, that I am leaving many things behind...
But I am back.
I found The Daily Meme and wanted to share:

The Daily Meme


A meme is:

An idea that, like a gene, can replicate and evolve.
A unit of cultural information that represents a basic idea that can be transferred from one individual to another, and subjected to mutation, crossover and adaptation.
A cultural unit (an idea or value or pattern of behavior) that is passed from one generation to another by nongenetic means (as by imitation); “memes are the cultural counterpart of genes”.

Origins of the word

The term and concept of meme is from the 1976 book by Richard Dawkins, The Selfish Gene. Though Dawkins defined the meme as “a unit of cultural transmission, or a unit of imitation,” memeticists vary in their definitions of meme. The lack of a consistent, rigorous definition of what precisely a meme is remains one of the principal criticisms leveled at memetics, the study of memes. (from the Wikipedia)