Tenho o mau hábito de ficar prestando atenção às caras das pessoas. Sempre tive.
Na minha infância, tinha uma senhora portuguesa que tinha cara de galinha. O animal galinha, não galinha no sentido bíblico da palavra. Ela tinha um nariz aquilino, que era muito fino para ser só aquilino e era mais fino ainda na ponta, com formato de bico de galinha. Coitada, ela morreu super cedo. Será que porque eu achava ela com cara de galinha e galinhas morrem cedo?
Ontem, vi um homem no ônibus com cara de pardal. Tinha o cabelinho penteado para trás, muito bem arrumadinho, como a cabecinha do pardal, o animal. Ele possuía feições delicadas e de novo aquele nariz em formato de bico, dessa vez bico de passarinho. E ele estava vestido com um terno cinza, bem da cor das penas dos pardais. O próprio.
Mas não só de passarinho vive a aparência. Meu tio Carlos dizia que a idade chegava para valer quando a pessoa começava a ter cara de cachorro. Mas o que é cara de cachorro, tio? É quando aquele vinco que vai do canto do nariz até o queixo começa a se aprofundar e a pessoa fica com bochechas de buldogue. Mas não é que parece mesmo? Por isso eu encho meu rosto de creme todo dia, colágeno, vitaminas C e E, e o que mais disserem que é bom pra pele.
Tem também aqueles com olhinhos miúdos que parecem porcos. Em geral, essas pessoas também não estão nem aí para nada, como os porcos. Ou orelhas de dumbo, grandes, enormes e de abano. E tem aqueles outros com dentes que parecem roedores.
Existem umas pessoas que não só têm cara de animal, como têm maneirismos animais. Não estou falando dos que comem como um cavalo ou roncam como um porco, falo, por exemplo, daquelas moças que correm com longas pernas e passadas como gazelas. Outras que andam como camundongos, passinhos curtos, rápidos, em todos os lugares. Tem certas pessoas que têm braços longuíssimos, que parecem símios e andam balançando esses braços como os tais. Outras, têm braços curtos que lembram focas batendo palmas. Exitem ainda certas pessoas que, ao menor entusiasmo, parecem avestruzes, com asas abertas, flanando para todos os lados, uma coisa.
Tem ainda aquela estória de que os donos dos animais domésticos acabam se parecendo com eles. E dá pra ver isso claramente nos parques de cachorro. Sou dona de animal e ficarei também parecida com o meu. A única coisa boa é que ela é linda, loura, de olhos azuis, com peito grande, encanta todo mundo. Pensando bem, essa transformação podia era começar logo: acho que essa é minha última chance de ser linda.
Na minha infância, tinha uma senhora portuguesa que tinha cara de galinha. O animal galinha, não galinha no sentido bíblico da palavra. Ela tinha um nariz aquilino, que era muito fino para ser só aquilino e era mais fino ainda na ponta, com formato de bico de galinha. Coitada, ela morreu super cedo. Será que porque eu achava ela com cara de galinha e galinhas morrem cedo?
Ontem, vi um homem no ônibus com cara de pardal. Tinha o cabelinho penteado para trás, muito bem arrumadinho, como a cabecinha do pardal, o animal. Ele possuía feições delicadas e de novo aquele nariz em formato de bico, dessa vez bico de passarinho. E ele estava vestido com um terno cinza, bem da cor das penas dos pardais. O próprio.
Mas não só de passarinho vive a aparência. Meu tio Carlos dizia que a idade chegava para valer quando a pessoa começava a ter cara de cachorro. Mas o que é cara de cachorro, tio? É quando aquele vinco que vai do canto do nariz até o queixo começa a se aprofundar e a pessoa fica com bochechas de buldogue. Mas não é que parece mesmo? Por isso eu encho meu rosto de creme todo dia, colágeno, vitaminas C e E, e o que mais disserem que é bom pra pele.
Tem também aqueles com olhinhos miúdos que parecem porcos. Em geral, essas pessoas também não estão nem aí para nada, como os porcos. Ou orelhas de dumbo, grandes, enormes e de abano. E tem aqueles outros com dentes que parecem roedores.
Existem umas pessoas que não só têm cara de animal, como têm maneirismos animais. Não estou falando dos que comem como um cavalo ou roncam como um porco, falo, por exemplo, daquelas moças que correm com longas pernas e passadas como gazelas. Outras que andam como camundongos, passinhos curtos, rápidos, em todos os lugares. Tem certas pessoas que têm braços longuíssimos, que parecem símios e andam balançando esses braços como os tais. Outras, têm braços curtos que lembram focas batendo palmas. Exitem ainda certas pessoas que, ao menor entusiasmo, parecem avestruzes, com asas abertas, flanando para todos os lados, uma coisa.
Tem ainda aquela estória de que os donos dos animais domésticos acabam se parecendo com eles. E dá pra ver isso claramente nos parques de cachorro. Sou dona de animal e ficarei também parecida com o meu. A única coisa boa é que ela é linda, loura, de olhos azuis, com peito grande, encanta todo mundo. Pensando bem, essa transformação podia era começar logo: acho que essa é minha última chance de ser linda.
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