6.27.2011

O Livreiro, a rede social de quem gosta de ler. Dê uma olhada.

 
 

6.13.2011

When I was dead



I was about to open my eyes,

But I heard someone cussing.

Then, another one.

And another.



Someone called me an old fart.

Someone else said I was cruel and insane.

The first one said I was an ogre.



Then I heard my wife’s opinions:

A fake, stupid, limited man,

With the head in his dick,

Always ready to fool someone.

Money was my sin,

And I always thought I could buy everyone.

Someone told her she sold herself,

And I wanted to laugh,

But she said she was the mother of my children,

And she endured things for them.



That conversation lasted a long time,

And for the pain and anger in their voices,

All I did was hurt and wrong people.

I didn’t know I was like that.

I didn’t think like that.



It was better when I was dead.



6.10.2011

Entendimento

Google
O domínio de uma língua não está somente no uso que se faz dela, escrito ou oral, mas muito no poder de entendimento da leitura. Analfabeto (sim, funcional) é aquele que lê sem entender.


Portanto, colocar pessoas que não sabem entender o que leram em posições onde entendimento é necessário acima de tudo, é morte certa. Pior ainda se for uma posição visível, ou da qual dependam constituintes e afins. Se o infeliz não entende o que lê, não consegue articular pensamentos, nada, e fica dando murros em ponta de faca ou destruindo o que nem foi construído ainda.

6.02.2011

Sem lógica

Podemos perder horas em explicações, porquê devemos e porquê não devemos. Perdemos tempo desfiando razões intermináveis à(o)s nossa(o)s amiga(o)s, muitas vezes totalmente ilógicas. Podemos recitar motivos irreais e surreais. O fato é que tesão não escolhe, nem avisa, sente-se ou não. Ponto final.

E é aí que começa o problema...

 

5.04.2011

O sol de dez quilates

Imigrar é fácil, duro é viver com as memórias, as boas, é claro. Escrevi essa frase hoje bem cedo, quando cheguei no trabalho, e estou prestes a sair (ok, daqui há ainda longos 40 minutos) e ela, tão somente ela, me encarava no papel branco exposto na tela de cristal líquido (ou será plasma?). Tenho de ir em frente. É o quebrar do ovo que o Eric Meisel fala em seu livro sobre escrever e escritores.

A caminho do trabalho hoje, pensava eu no ônibus como o Rio é lindo naquele mesmo horário, essa época do ano. Às 7 ou 8 da manhã, quando se sai do Elevado da Perimetral e toma-se o caminho do Aterro do Flamengo, o asfalto reluz no brilho dourado da manhã de outono carioca. O Outeiro da Glória, agora minúsculo ponto de história no alto do poluído bairro, parece flutuar no dourado-pálido do sol ainda fraco do dia menino. As folhas grandes das árvores tropicais ao longo do caminho, ainda úmidas de orvalho, refletem, aqui e ali, o mesmo sol fraco, esparramando ouro dez quilates em sua superfície. O ar da manhã, ainda não poluído pelos milhares de veículos que virão ao longo dia, ainda meio frio, segura suspensa uma poeira típica das cidades, e essa poeirinha também reflete o sol fraco e parece iluminar de dourado etéreo a cidade que vai despertando. Não consigo esquecer desses detalhes (nem quero), que minha alma de poeta tantas vezes observou. Daqui, da asséptica San Francisco, sem poeiras, nem manhãs douradas de tal intensidade, nem gente que olha pela janela dos veículos, só me restou conviver com a memória do lugar de onde venho e suspirando pesado, fechei os olhos e tentei espantar a lembrança, pensando no email que teria de escrever ao chegar aqui.



4.21.2011

A capacidade de se encantar

Já abordei esse assunto antes, mas devido a imensa beleza da baía de São Francisco hoje cedo, retomo esse tema: a capacidade de encantamento que nos falta.
Ficamos sérios demais, ocupados demais, tristes demais. Alguns, babacas ou filhos-da-puta demais, para  verem a beleza do lado de fora.  Algumas vezes, falta-lhes conteúdo, são os burros demais para ver a beleza do sol dourado da manhã de primavera na baía e apreciá-lo. Ou lhes falta poesia, porque a hipoteca está tomando o cérebro, ou o filho que vai mal na escola, ou o casamento capenga, tirando o espaço necessário à ars poética. Não sei.
Sei apenas que se vissem a beleza lá fora, com certeza se sentiriam melhor para o que não têm como escapar. A beleza lhes seria antídoto contra a falta de perspectiva e, algumas vezes, seria mesmo resposta aos problemas enfrentados: inspiração chega, quando se libertam as Musas de suas amarras cotidianas.
Tantas vezes me chegou a resposta por olhar a beleza.
Se o dia permanecer intenso e belo como hoje cedo, a tarde promete ser tão linda quanto foi a manhã. Ainda há tempo de olharem com olhos de ver.

3.24.2011

Pluralidades

Google
A pluralidade das coisas é desconcertante,
Como é desconcertante que isso lhes faça singular.
Seus detalhes e sentidos,
Razões e loucuras e doçuras,
É o que lhes empresta a doce certeza de ser único.
A essa única combinação de características que as faz,
À nós, resta-nos apenas olhar,
E reconhecer a singularidade dentro da pluralidade
E sorrir satisfeito
Por não viver em um mundo feito de tédio.

Estranha

Google
De onde venho, que não me lembro?
Infância tive, ou são essas memórias, sonhos?
Ou memórias d efilmes de outrem?
Onde ficou aquela que fui?
(Não que eu lhe sinta a falta)
Onde dei o derradeiro passo que me transformou?
Tudo me é estranho,
mas familiar no toque.
Desconforto...

Sem raça definida: brasileira

Meu rosto não tem cor
sou branca, preta, amarela,
azul, roxa e rosa
verde, talvez, como a bandeira de meu país.
Eu sou do Brasil
 
Meu rosto não tem etnia
sou européia, negróide,
sou sulamericana,
forte como a raça de meu país.
Eu sou do Brasil
 
Meu rosto não se enquadra,
só me descobrem quando falo
com meu sotaque cadenciado
como a bela língua de meu país.
Eu sou do Brasil.
 
Meu rosto não tem raça definida, neu eu,
mas tem os traços de vida,
de milhas e milhas de amor,
como as milhas de distância que tenho da minha terra.
Eu sou brasileira.
 
 

1.18.2011

Os cabelos revoltos da inteligência

Se você reparar bem, todo mundo com alta inteligência tem uns cabelos meio revoltos. Olhe o Discovery Channel, ou o History Channel, não tem um cientista, se não for careca ou engelzado (existe essa palavra?), que nao tenha cabelo revolto. Mesmo que seja um rodamoinhozinho do lado, ou no cocuruto; ou uma franja que teime em cair na testa (o que também parece fashion entre o povo que pensa). Uma coisa! Claro que todos conhecem o ícone maior da dicotomia inteligência-cabelos revoltos: o Einstein. Que cabelos eram aqueles, super revoltos, crescendo pra cima! Rapaz, nem com chapinha aquilo pararia quieto.

Daí, fiquei toda feliz quando vi meus cabelos super volumosos na semana passada. “Devo estar ficando inteligente”, pensei, mas daí me dei conta de que só não estou prendendo tanto como antes, daí os danados estão respirando livres, e então se levantam, felizes, mas não significa que minha inteligência seja grande. Fiquei meio triste e fui ler um Aristóteles pra ver se entra algo nessa minha cabeça. Ou se pega no susto.

Minha única esperança, agora, é ficar bonita; não dizem que os donos ficam parecidos com seus cachorros? Então, minha cachorra é loura de olhos azuis, linda...

1.12.2011

O que se deixa pra trás é o que mais dói...

Google
Acabei de ver um filme da minha terra, e a protagonista, Lilia Cabral, lá pelas tantas, perde uma amiga dela desde sempre. Vi e chorei. E pensei na minha amiga Baby. E chorei mais ainda.

Imigrar é uma coisa estranha. Me pareceu a melhor opção, mas para o que veio comigo e o que ficou, eu não estava preparada. O problema de imigrar é que você tem de deixar sua história pra trás. As partes ruins, você deixa com prazer, mas as partes boas, ah, essas doem. Foi o caso dessa minha amiga. Vendo o filme, eu vi o espelho de nossa amizade, vi que tivemos/temos uma amizade bem parecida, vendo roupas juntas, passando por dificuldades e alegrias, brigando, passando cremes, morrendo de rir, dançando (paixão de nós duas); mas não tenho minha amiga aqui para conversar sobre o hoje. Nem ela me tem lá. Interrompemos nossa história quando eu imigrei. Claro que tenho outras amizades, algumas quase tão intensas, mas aquela tem um passado. Amizade daquelas que se diz: "lembra?" ou "você era..."

A Baby me ligou quando sua mãe faleceu. Eu ainda morava lá. Em um momento tão descabelado, eu fui a pessoa em quem ela pensou e isso foi muito honroso pra mim. E eu fui para o lado dela. Mas e agora, se outro alguém de nossas vidas se vai, teremos à mão o telefone da outra? Pensaremos na outra? Isso dói pensar.

Quando fui ao Brasil, retomei minha conversa com ela no ponto onde havíamos deixado. Não há hiato, apenas continuamos, como se desapertássemos a tecla pause de nossa conversa. Apenas agora eu tenho mais coragem de dizer-lhe meus sentimentos abertamente, dizer que a amo, que ela é minha melhor amiga.
Se eu interrompi nossa história, pelo menos agora eu tenho coragem de dar-lhe o tamanho exato de sua importância e talvez por isso, ainda seguimos construindo uma história à distância, intercalada e intermitente, mas firme e profunda como sempre. Uma amizade repaginada, reformada, imigrada.