12.22.2010

Que sentimento é esse?

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Nesses dias que antecedem o Natal, me acomete uma tristeza, uma melancolia que não sei explicar. Não sei se é a falta da família, ou se é a falta de dinheiro. Definitivamente é falta de alguma coisa. Não sei se isso é um sentimento tão grande porquê sou imigrante, ou se todos se sentem assim.


Meus pais envelhecendo, meu filho seguindo com sua vida, o marido estrangeiro em seu próprio país, não sei. Sei que sinto muito as mudanças pelas quais passei, de ser uma menina super entusiasmada com tudo dessa época, ao adulto que sou hoje, vendo o mundo com uns olhos cheios de esperanças, mas um tanto descrentes. Sinto muito pelas bobagens que vivi, minhas e dos outros. Sinto pelas idiotices e tolices dos caminhos que percorri, minhas e dos outros. Sinto muito, isso tudo me transformou de maneira definitiva e que não me apraz.

Definitivamente, não sei o que é, mas dói bastante e me ressinto um pouco de não estar me sentindo bem. Hoje especialmente. Queria estar livre, ser livre para me sentir daquele jeito de novo. É porquê é Natal, ou porquê me sentiria assim mesmo? Talvez, essa melancolia não tenha, afinal, nada a ver com Natal. E luto firmemente contra a lágrima que quer escorrer em público.

12.07.2010

Just would like to feel alive

I can’t simply go. I got all my commitments to complete: texts to write, house to tender, husband to love. And this meaningless, endless job to do. All that external, but today the only thing I want to do is go away. I wish I could go to Bolinas or similar, watch the fog and the ocean, smell the salt water, feel the breeze, shriver, very very cold, but ALIVE. I just wanted this, so simple, so cheap, but fundamental to sanity.


12.01.2010

Onde se encontra a ética?

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Se a ética está desvinculada do ato de servir aqueles que mais necessitam, onde está a ética então?
Se a ética se ausenta das atividades feitas em prol de outros e do próximo, onde está a ética?
Se a ética não é encontrada nas atividades públicas de pessoas públicas, e mesmo em suas atividades privadas, que deveriam ser as norteadoras de suas atividades públicas, onde está a ética?
Se a ética é deixada de lado a cada momento em que o interesse pessoal fica ameaçado, onde está a ética?

Me pergunto, dinate de tanta falta de ética que vejo, se há esperança de se operar nesse mundo com decêndia e ética, com justiça e coragem de mostrar o que se pensa, com a força daqueles que operam pelo único e maior objetivo de um mundo melhor.

Se eu não pensar que isso possa ser uma realidade (do futuro), não saberei operar nesse mundo de pulhas e idiotas de caras bonitas e sem ética onde tenho de viver.

Reflitam.

10.21.2010

My myth

I can see through my veil,

A mix of unknown feelings

Eating me alive

Every single day



I hear the noises of my doubts

And debate with the other options,

As if they were witches

Ready to take me to a place I don’t wanna go.



I don’t know what is there for me,

I don’t know there,

And I don’t know me.

I am the woman with a veil.



What will come after I cast myself off,

I am not really interested,

But I sure want to know

If I will keep my sanity to safely sail away.

9.29.2010

No Gabinete

 

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Há algum tempo atrás escrevi esse texto, tentando acreditar que às vezes, as pessoas no poder não sejam más, apenas sem capacidade de saber e tomar conta de tudo, ou que o jogo político sozinho, leva a sujeiras. Pode ser, mas não acho mais que seja assim. Acho que é tudo feito de maneira pensada e isso me deixa muito irritada.
Me escrevam , dizendo o que acham.
 

No gabinete

O dia passou rápido e a noite chegou mais fria que o esperado. O céu estava limpo, e assim permaneceria por muito tempo, segundo a meteorologia. As estrelas pipocavam na escuridão do cerrado de inverno. A vidraça luzidia do arquiteto genial mostrava o mundo lá fora sem muitos mistérios.

Os faróis e as buzinas dos carros ao longe indicavam as horas, nem precisava olhar o relógio. Fim de expediente, os prédios da Esplanada dos Ministérios apagavam suas luzes aos poucos, trazendo uma escuridão triste.

Nas salas do lado de fora do Gabinete, porém, as luzes ainda estavam todas acesas, uma multidão de assessores, secretários, assistentes e aspones percorriam os corredores com papéis empilhados e pastas de documentos inúteis. Os telefones tocavam sem parar, com a irritante campaínha usual.

Afrouxando a gravata, sozinho, o Presidente olhou uma vez mais o horizonte familiar. Estava ali há tantos anos, sonhara tanto com isso tudo, só que hoje o sentimento estava um pouco diferente. Que as coisas não eram exatamente como ele havia pensado no passado militante, que as mudanças não eram tão fáceis como havia planejado, isso ele já sabia. Mas hoje o problema era perturbador. Daqui, não sabia mais para onde iria, que direção tomaria. A nação tinha vícios e artimanhas mais profundos do que ele previra. Havia defendido assessores diretos, pessoas queridas mesmo, amigos de longa data, de coisas que seus valores não lhe permitiriam fazer nunca, mas que essas pessoas fizeram. Alegou não saber de muita coisa, fingiu-se de morto em tantas outras, viajou o que pôde, aproveitou sua vida de presidente tão desejada. Mas estava em falta consigo mesmo.

Hoje, olhando a cidade da janela do gabinete, tinha se dado conta do lado negro que se negara a ver todos esses anos. Sempre achou que a imprensa exagerava, mas como defender agora essas pessoas e essa imundície que o cercava por todos os lados. De onde vieram todos esses vermes ao seu redor? Ou melhor, quando eles se transformaram em vermes?

Ainda sentia um amor grande pelo seu partido, mas não reconhecia mais as pessoas ali. Entendeu, nos anos de presidência, todos os seus colegas anteriores, tão duramente criticados por ele de impotências e incompetências. Aqui, já cansou de ver os olhares de menosprezo dos embaixadores de carreira para si; do deboche das esposas desses em relação às mãos ásperas da primeira dama, sua mulher; os acordos cerrados que jogariam o país no lixo e que ele nada podia fazer, sob pena até mesmo de morrer; das mentiras que engoliu e das mentiras que cuspiu.

Andou até sua mesa esfregando as mãos e bebeu um pouco do uísque doze anos que estava no copo e lembrou-se que também debochavam de seu gosto pelo alcóol. Mas não havia como estar ali sem alguma coisa que lhe adormecesse os sentidos de vez em quando. De trabalhador braçal que tinha sido, ao terno bem cortado e ao carro com motorista que o cargo lhe dava, havia pisado em alguns de seus valores mais básicos, mas era o preço de estar ali. E queria estar ali. Mas lá no fundo, essa inversão de valores ainda incomodava e muito.

Daqui a pouco sairia do gabinete para falar sobre as prisões do banqueiro, do investidor e do ex-prefeito, mas não tinha certeza se queria que essas declarações que lhe instruiram fossem as suas. Havia conversado com o Secretário de Gabinete, havia lido e relido os memorandos secretos da Polícia Federal com os detalhes da operação, havia sido instruído pelos seus colaboradores mais confiáveis sobre todos os detalhes que a imprensa e o público ainda não conheciam, se é que conheceriam. Tinha que considerar também aquele ministro do supremo com sede de poder. Teria de dar uma declaração sobre o tal telefonema, teria de proteger seu governo.

Mas o que o cidadão que ele era queria mesmo era dizer tudo, dizer que eles eram todos culpados, que a conversa foi assim mesmo, que os rombos eram ainda maiores do que a imprensa havia dito, que muito mais gente do Banco Central estava envolvida, que os Supremo estava envolvido, que o mensalão era verdade, tudo, queria dizer tudo, queria esclarecer as CPIs, queria acabar com essa conversa mole de político corrupto a que se submetia, sem ser. Ele não era assim, ou assim pensava.

Estava só, havia conseguido estar só em seu gabinete por uma hora inteira e gostaria de ficar mais. Gostaria de ir ao Park Shopping e ao cinema com a primeira dama, gostaria de jogar bola em um campinho de várzea, gostaria de jogar conversa fora naquele bar de São Bernardo do Campo com os companheiros do jeito que eram antes, não do jeito que são hoje. Gostaria de dormir sem ninguém de prontidão por perto. Gostaria de ser ele de novo, de escolher as suas próprias roupas, de comer sardinha frita e de desfrutar tantos outros prazeres simples. A presidência tinha esse preço alto, deixar de lado as outras coisas da vida. Ele era Presidente em tempo integral. Mas que o uísque de boa qualidade não lhe dava dor de cabeça, isso era verdade.

Alguém bateu na porta e lhe disse, do lado de fora, que a imprensa estava pronta e que ele deveria sair em poucos minutos; outra voz lhe disse que estava tudo pronto, que não poderia atrasar... Ele respondeu um “já vou” sem convicção.

Foi até o reservado e olhou no espelho. Estava muito velho para isso tudo, cansado disso tudo. Ajeitou a gravata, vestiu o paletó. Pegou os óculos em cima da mesa, colocou no porta-óculos e enfiou no bolso interno do paletó, poderia precisar.

Muitas vozes do lado de fora da porta, outras batidas, outro chamado. Ele não respondeu, andou até a porta, parou, respirou fundo por um minuto, pensando que só mais alguns anos e não precisaria mais mentir, não precisaria mais ser outra pessoa, voltaria a ser ele mesmo, pai, avô, marido, companheiro. Sorriu com cumplicidade para as fotografias dos outros presidentes na parede oposta, abriu a porta e entregou-se aos abutres que o aguardavam.


9.23.2010

Um mundo reciclado ou mera preguiça de criar?

 

Às vezes me parece que vivemos num mundo onde tudo é reciclado. Não no sentido green (e bom) da palavra, mas no sentido de reprocessado, refeito, re-mastigado e requentado e servido para consumo como novo.
Músicas, filmes, ideias dos outros sendo reprocessadas sob rótulos modernistas como "releituras" ou "reedição". Por quê há escassez de ideias e criatividade? Sabemos muitas das possíveis respostas e isso poderia virar um debate enorme, mas às vezes me parece que há apenas uma preguiça ancestral por trás disso.

Criar o novo, o novo caminho, a nova ideia, dá trabalho, toma tempo e gera esforço mental, daí as pessoas andam somente nas trilhas já marcadas pelos passos dos que vieram antes.
Isso, às vezes, me cansa e me irrita.

Voltarei à esse tópico para desenvolver mais.


8.30.2010

Few Haikus

Soft, weightless
The butterfly kisses the bloom-
Stress is gone.


The moth is quietly eating
Someone’s memories
in old armoires


Pats, pats and pats,
Splashes, splashes, and splashes:
Dog on the beach



Cherry blossom in Washington
Poppy blossom in California
Spring in USA.

8.27.2010

Considerações sobre o encantamento

Caminhando distraidamente pelos cotidianos atarefados que temos, pouco vemos das belezas que nos florescem pelo caminho. Como aquele violinista na estação do metrô em Washignton, D.C.. Joshua Bell, um dos maiores do mundo, tocando, e pouquíssimas pessoas perceberam a beleza da coisa. Na verdade, só uma mulher percebeu e parou para ouvir com calma. E várias crianças, que foram sumariamente, ou puxadas pelos pais apressados, ou tiveram um ou dois minutos pra admirarem aquilo, enquanto os pais não prestavam atenção. Faltou-lhes encantamento.

São Tomás de Aquino disse que a filosofia nasce do encantamento, e que portanto, o filósofo e o poeta são próximos por serem grandes na questão encantamento. Essa é a importância do encantamento. Quantas coisas perdemos por não não encantarmos mais nessa vida! E na cultura da maior parte do Brasil, encantar-se é ser bobo, ficar “abestado” com alguma coisa é coisa dos pouco educados, dos bobos, dos infantis, e assim vai aquela horda de gente tentando paracer “cool” , sem se permitir encantar-se com nada...’olha lá a boba, toda animadinha com um filminho de nada...”. Então criticam tudo e todos, porque não é “cool” mostrar interesse ou excitação com nada. E assim, esses pobres desditosos caminham sem fazer de seu cotidiano poesia, vivendo uma vida beige por medo de não ter os tons certos, mesmo que gostem das outras cores! E a poesia? E a felicidade que nasce da beleza das coisas?

Que perda cotidiana! Que tolice! É tão lindo encantar-se com uma letra de música, com uma melodia, com um poema ou obra de arte, com o seu filho brincnado, com o sol que nasce... É tão lindo mostrar os sentimentos mais nobres que fazem de nós seres humanos. É tão lindo ser humano.

7.10.2010

The sudden silence

The silence caught me by surprise,
When I was about to speak louder.
My puzzled eyes moved toward the sudden quietness,
In search of something worthy of praise,
Even if it was just the silence itself.
But I found only tears rolling down the face,
And understood the emotion
(Or the lack thereof)
Emptying lives and meanings,
Bringing noise as a safe escape
From one’s own troubles.
That’s when I silenced in reverence to your feelings.

7.09.2010

O Vento

O vento soprava ruidoso,
Entremeado de debris distantes.
Com força, balançava a janela do quarto,
Como se quisesse me pegar.
Medos de idades passadas
Voltaram como por mágica
E o sono reparador foi expulso
Para a terra do depois.
O livro, velho companheiro,
aguardava meu contato,
E num instante me carregou pra terras encantadas,
Onde o vento é sempre só uma brisa,
E a noite embala o sono dos cansados.

6.08.2010

Feathered sadness

The bird was sitting amid the branches,
unmovable, almost invisible,
Tweeting so low, sounded like weeping.
Ruffles from other wings didn’t disturbed him.
The frenetic chirping of the other birds,
and low flights, and straw hunting,
just promoted two or three little steps to the side, nothing else.
Wings meant nothing, not even the overrated freedom,
Envied by so many.
And the sad tweeting continued for a long time,
Until the sun went down,
And all the birds silenced in reverence to the night.

Freshly Picked Words

Picking words as if picking ripe peaches
Hanging from a branch.
Available, enjoyable.
Carefully crafting sentences
As if making preserve to last long winters.
Feeding the soul with the unpredictable sweetness
Of the nectar within.
Writing, summer exercise
As if there was no tomorrow.
Enjoying the sun-ripe transiency of words,
That may soon be collected into jars,
And put to rest inside dark cabinets.
Cabinet words are not as good as freshly picked ones.

5.13.2010

1st one after the rain

I, then, left the desk
And walked outside
To feel the sun shining
through the light green leaves of spring.
To feel the assuring breeze on my face.
To listen to the birds in the branch near me.
I left the desk defiantly,
Waiting for someone to say one more no,
To try to impose me someone else’s rules
And ways of living.
I opened my arms to feel the heat
And my eyes to see the sun
But I was blinded by the intense rays.
Maybe it is just too early.
I closed my eyes, back into my darkness.
Back at the desk,
I felt lost without the books and the papers to write.
Napping, however, was not an option. Yet.

5.06.2010

Estou Refratária

Ando refratária às coisas tolas,

Aos pensamentos nulos

E aniquilados pelo despropósito monumental

Que acomete à tantos.

Ando refratária às tolices ambientais,

Sociais, meridionais,

Ao acúmulo descalabrado

De ignóbeis pequenezas terrenas.

Ando fustigada e cheia

Das coisas comezinhas, idiotas,

Que acompanham cabeças vazias

De filosofias de vida,

Apenas apegas ao valor material

Das coisas que, no fim,

Nem vão importar mais.

4.20.2010

O que é hipocrisia?

Todos nós, fascinados com Filosofia, pensamos umas coisas meio sem nexo para a maioria dos mortais, ocupados com seus interesses pessoais e, até certo ponto, seus afazeres pessoais (depois eu volto à essa aparente contradição). Mas, às vezes, essas coisas (aquelas sem nexo, que pensamos) aparecem na nossa frente assim por acaso e levem a mais uma onda de pensamentos.

Por exemplo, vejam o artigo da Revista Dicta e Contradicta: O que é hipocrisia?

Podemos conversar sobre isso depois. Pode mandar um email.

3.03.2010

On a given moment of a life's road.

Sitting at the curb of life
Watching the craziness pass by,
I wondered about my own place.
Where should I go,
What is the right turn to take ?
I continue seated and watching;
Letting the craziness pass by.
This is way too insane
For my philosopher heart to take.
Everything should be much simpler than this.
Simply beautiful, good and just.
It is not hard.

But I decided not to let myself be caught,
and taken, and mushed.
Instead, I prefer the turn at the exit for a better world.
Maybe the next one.

3.02.2010

Writing

I am much better written than spoken.
How amazing is the power of the words, their meanings, their usage. The sentence, well positioned, is awesome.
Writing, I rediscover the awe the philosophers talked about.

2.24.2010

Pesquisas: Somente para Brasileiros residentes na Califórnia

Por favor, tirem uns breves minutos de seu tempo para responder às duas pesquisas, uma sobre intérpretes e outra sobre educação. ~

A primeira será apresentada ao Programa de Intérpretes da Corte do Estado da Califórnia para, quem sabe, conseguirmos treinamento gratuito em Português. A segunda medirá o interesse e necessidades de educação em português em nossa comunidade brasileira. As pesquisas estarão disponíveis até o dia 15 de março.

Pesquisa sobre Intérpretes: http://www.zoomerang.com/Survey/?p=WEB22A77867G9C

Pesquisa sobre Educação: http://www.zoomerang.com/Survey/?p=WEB22A77DZ7KTJ


Por favor, sintam-se à vontade de informar sobre as pesquisas à sua lista de contatos. Esse assunto é de interesse da comunidade.

Obrigada!

2.01.2010

What to think?

What is the reason to think? What to think about that is worthy thinking?
If it is so outdated considering major issues (ethics, justice, love, respect), if thinking in a philosophical way is a "waste of time", or thinking simply leads you to be an outsider, why do it?
Could my time be better used if I think about opportunities to enrich?
Or how to pull the rug from under the feet of those who are about to do the same to me?
What is the purpose of all of that? Why think about ideas and ideals, taking your time from not thinking at all, or thinking about how to make more money?
In this society, what is most important? or better yet, how to better survive in this society?
Why can't I go int hat direction easily?
Why am I a weird just because I always think there is more purpose than this stupid competition we are forced into?
I am so tired.

1.05.2010

Come see the sea

The song is inviting. Soft voice, blue sea of Búzios. "Vem ver o mar (Come see the sea)..."
Here, in the cold, that blue sea, the tropical floral dresses, the sun, the tanned skins seem even more interesting. Sandals, open doors, floating curtains in the breeze. The soft sea breeze of the coastal towns in that country, reliving the sun burn at night. Smiles.
Where, in this long, arid and disturbing way, I left my tropical soul? Where did I leave myself? When did I lose that? Desperately searching, but finding only other people's lost treasures.
Time to go to bed, so I turn on the heater to feel the warmth I misplaced years before.
What did I do of me?