When my world failed on me again, I desperately needed to find peace somewhere else. The feeling of having to be awake and alert all the time is disturbing. I provided relief; I deserve to be relieved too. Amidst the inner turmoil invading my heart with unease feelings and my head with a thin spinning headache, I needed to seek for refuge. And I found that in my books, eternal silent loyal friends, and full of good words and far away lands of magic and devotion, ready to take me in a ride of infinite pleasure and absence from the here and now.
This is a bilingual space (Portuguese-English) to expose my writings and to express thoughts, feelings, and ideas in order to stimulate critical thinking for human enrichment and growth. Espaço bilíngue para expor meus textos e expressar pensamentos, sentimentos e idéias que estimulem o pensamento crítico, visando o enriquecimento e crescimento humano. Please, leave your impressions about the blog.Por favor, deixe suas impressões sobre o blog.
4.25.2008
4.14.2008
4.03.2008
Articulações
Se as palavras me dão asas,
que eu voe bem alto em cada uma delas.
Se os sonhos me dão direção,
Que eu possa gravá-los
Em cada uma de minhas sentenças.
Se a imaginação me leva
Que eu tenha uma jornada boa.
Se meus versos te atingem
Que seja com alegria
E o sabor real
De uma mensagem bem-vinda.
3.27.2008
Emptiness
There is a throbbing emptiness
Caused by things not well done,
Caused by the absences
Of the presences not noticed before.
One nods to the idiocy
Contained in broken dreams,
In broken hearts,
In the pathetic of being,
But what comes after that anyway?
When, then, one finds failure in himself,
Try to escape into big statements
Or faceless empty remarks.
That emptiness,
Caused by the bad choices,
Cause of many causes,
Slowly and completely
Eats out the flesh and soul
Of a good intentions man.
3.13.2008
I never heard about that church before,
Just about its rich cousin on the other side.
I entered, reverencing the years there
Imbibed in every stone with pride.
The usual darkness dominated me
And I felt scared for a moment,
A thousand voices rambling in the void,
Hollow sensation of pain and torment
I never walk through the middle,
But surrounding the benches.
So did I, moving toward the altar
Of this small church in France.
That’s when I noticed the stand
With a small perforated map
It was a bombing model
Hoping the history not to forget.
That night in the Light City
The Germans’ bombing was ferocious
No escape seemed possible,
Their power was atrocious
The church then seemed logical
And three hundred gathered there
Prayer seemed the only hope,
The only way to their lives spare
Then the miracle came:
Amid the disrupting terror
For the Germans, a mistake
For the French, blessing error
Not even one single bomb
Found their way to the temple
And the people, relieved, prayed more
For God to take it as example.
That day, reviving the history again
I felt peace was the most precious good.
And I left the church intrigued:
How come man yet hasn’t understood?
Revisitando os planos...
Assim, assimilada no mundo dos outros, penso meus dias com o desejo firme de retornar ao meu. Mas meu mundo não me foi generoso da mesma forma e, agora que estou no chegando ao meio de minha existência, não cosidero mais tão importante tantas coisas importantes de antes. Qual a saída então? Pensar no que vem mais naturalmente, escolher menos, deixar a vida me levar mais (vida leva eu...fala Zeca!) já que resistir só causa rugas e olheiras; compilar poesias soltas no ar para me divertir depois, quando elas estiverem em páginas impressas. Esse, sim, o único objeivo palpável, duradouro e firme de hoje.
Então, deixa começar meu dia da forma que mais me apraz: escrevendo. Bom dia para todos nós.
Então, deixa começar meu dia da forma que mais me apraz: escrevendo. Bom dia para todos nós.
12.21.2007
11.14.2007
11.08.2007
De volta
Estou de volta ao blog depois de uma longa ausência. Estou mais inspirada que nunca e espero seus feedbacks para melhorar sempre.
I am back after a long absence. I am inspired and I count on your feedbacks to improve forever.
I am back after a long absence. I am inspired and I count on your feedbacks to improve forever.
Jota e Jury
Jota e Jury
by Valeria Sasser
Lá pros lados do Nordeste, numa cidadezinha miúda, encravada no meio do sertão da Paraíba, havia um sítio de bom tamanho. Essa gleba começava no riacho que corria à leste, juntava-se ao norte e ao sul com terras alheias e à oeste, beirava a estrada que ia até o litoral.
Havia nesse sítio, uma casa de formas modestas, mas de ambientes confortáveis, ou pelo menos confortáveis à maneira do sertão. A vasta varanda de cimento vermelhão polido com cera, varava de ponta à ponta a fachada da casa e redes de várias cores ali estavam para o deleite dos meninos da família, nas tardes de preguiça e calor intenso, como só o sertão tem.
Um desses meninos era o Jota. Um menino de pele morena, pequenino, barrigudinho, de pernas fortes, com a cabeça grande típica do lugar e olhos muito brilhantes. Jota era o mais novo dos irmãos e sempre, ou era deixado de lado dos folguedos de seus irmãos mais velhos, ou era usado como gandula ou poste. Isso sempre o irritava muito, mas naquele lugar, naquela idade e com sua baixa estatura, reclamar era inútil.
Como o tempo demorava muito a passar naquelas bandas e todo desconforto parecia durar uma eternidade, Jota decidiu juntar-se aos adultos na lida diária para ter um pouco de sossego. E assim o fez.
Nos primeiros dias, tudo era novidade: o arado, o broto novo saído da terra escura, o sol queimando a boca e os ombros, a comida fria, mas gostosa que a mãe mandava entregar, o céu incandescente no pôr-do-sol. E havia também Jury, uma égua mansa, manchada de branco, que os trabalhadores usavam para o transporte de ferramentas e alguns ítems de necessidade no campo. Jury logo se apegou ao Jota, e ele, à ela. Mas era um relacionamento de amor e ódio.
Jota se protegia do sol embaixo de Jury e essa andava para o lado para deixá-lo descoberto. De propósito. Jury bebia água e respingava em Jota. Jota comia banana e atentava a égua com a casca quase vazia de fruta. O cheiro da banana deixava o animal louco, porque ela adorava bananas. Jota comia a fruta até quase o toco, olhando no olho do animal, que por sua vez pousava o olhar fixo na banana. Ele, então, dava o cotoco de banana para ela, que comia com tanta voracidade que quase lhe mordia a mão. E ele ria!
Ainda assim, um não vivia longe do outro.
Um dia, não conseguiam equilibrar uma certa carga nos jacás de Jury e bastava ela dar dois passos para ficar estressada com o desequilíbrio em cima de si e parar relinchando irritada com os jacás tortos no lombo.
Até que um peão do sítio olhou pro Jota, olhou para o jacá, tirou o chapéu, coçou a cabeça, olhou de novo para os dois e propôs: “Porqui é que num butamu o minino Jota nu outro jacá de contra-peso? Ele mi pareci du tamanhinho exato di contra-peso!”
E assim, o pai de Jota pegou o seu filho e, depois de mandar mudar toda a carga para um jacá só, colocou o menino no outro.
Perfeito contra-peso! E lá foi Jury com o Jota encarapitado em seu jacá, olhando para o menino com olhos de égua curiosa a cada dez passos, porquê, afinal, esse era um ponto de vista totalmente novo para ela, que sempre tinha Jota ao seu lado, mas no chão.
O Jota, esse ficou com um pouquinho de medo na primeira vez, depois aprendeu a dobrar as perninhas de modo confortável e passou a desfrutar do passeio, afinal menino sertanejo não tem medo de coisa pouca.
Jury, seguindo seus instintos maternais nunca exercidos porque ela era híbrida, começou também à cuidar e a desfrutar de seu pequeno companheiro no lombo. Mesmo quando não havia carga, ela relinchava, ficava inquieta, mostrava os dentes até que Jota subisse e se encarapitasse no jacá. Daí, Jury saía, pode-se dizer, saltitante de felicidade. E Jota também apreciava esse amor do animal por ele.
Assim, Jury e Jota ‘Contra-Peso” ficaram conhecidos por aquelas bandas por conta dessa amizade sincera e profunda de que desfrutavam. Até que Jota cresceu, Jury envelheceu e a vida os levou em diferentes direções, como sempre acontece com meninos sertanejos e éguas híbridas.
by Valeria Sasser
Lá pros lados do Nordeste, numa cidadezinha miúda, encravada no meio do sertão da Paraíba, havia um sítio de bom tamanho. Essa gleba começava no riacho que corria à leste, juntava-se ao norte e ao sul com terras alheias e à oeste, beirava a estrada que ia até o litoral.
Havia nesse sítio, uma casa de formas modestas, mas de ambientes confortáveis, ou pelo menos confortáveis à maneira do sertão. A vasta varanda de cimento vermelhão polido com cera, varava de ponta à ponta a fachada da casa e redes de várias cores ali estavam para o deleite dos meninos da família, nas tardes de preguiça e calor intenso, como só o sertão tem.
Um desses meninos era o Jota. Um menino de pele morena, pequenino, barrigudinho, de pernas fortes, com a cabeça grande típica do lugar e olhos muito brilhantes. Jota era o mais novo dos irmãos e sempre, ou era deixado de lado dos folguedos de seus irmãos mais velhos, ou era usado como gandula ou poste. Isso sempre o irritava muito, mas naquele lugar, naquela idade e com sua baixa estatura, reclamar era inútil.
Como o tempo demorava muito a passar naquelas bandas e todo desconforto parecia durar uma eternidade, Jota decidiu juntar-se aos adultos na lida diária para ter um pouco de sossego. E assim o fez.
Nos primeiros dias, tudo era novidade: o arado, o broto novo saído da terra escura, o sol queimando a boca e os ombros, a comida fria, mas gostosa que a mãe mandava entregar, o céu incandescente no pôr-do-sol. E havia também Jury, uma égua mansa, manchada de branco, que os trabalhadores usavam para o transporte de ferramentas e alguns ítems de necessidade no campo. Jury logo se apegou ao Jota, e ele, à ela. Mas era um relacionamento de amor e ódio.
Jota se protegia do sol embaixo de Jury e essa andava para o lado para deixá-lo descoberto. De propósito. Jury bebia água e respingava em Jota. Jota comia banana e atentava a égua com a casca quase vazia de fruta. O cheiro da banana deixava o animal louco, porque ela adorava bananas. Jota comia a fruta até quase o toco, olhando no olho do animal, que por sua vez pousava o olhar fixo na banana. Ele, então, dava o cotoco de banana para ela, que comia com tanta voracidade que quase lhe mordia a mão. E ele ria!
Ainda assim, um não vivia longe do outro.
Um dia, não conseguiam equilibrar uma certa carga nos jacás de Jury e bastava ela dar dois passos para ficar estressada com o desequilíbrio em cima de si e parar relinchando irritada com os jacás tortos no lombo.
Até que um peão do sítio olhou pro Jota, olhou para o jacá, tirou o chapéu, coçou a cabeça, olhou de novo para os dois e propôs: “Porqui é que num butamu o minino Jota nu outro jacá de contra-peso? Ele mi pareci du tamanhinho exato di contra-peso!”
E assim, o pai de Jota pegou o seu filho e, depois de mandar mudar toda a carga para um jacá só, colocou o menino no outro.
Perfeito contra-peso! E lá foi Jury com o Jota encarapitado em seu jacá, olhando para o menino com olhos de égua curiosa a cada dez passos, porquê, afinal, esse era um ponto de vista totalmente novo para ela, que sempre tinha Jota ao seu lado, mas no chão.
O Jota, esse ficou com um pouquinho de medo na primeira vez, depois aprendeu a dobrar as perninhas de modo confortável e passou a desfrutar do passeio, afinal menino sertanejo não tem medo de coisa pouca.
Jury, seguindo seus instintos maternais nunca exercidos porque ela era híbrida, começou também à cuidar e a desfrutar de seu pequeno companheiro no lombo. Mesmo quando não havia carga, ela relinchava, ficava inquieta, mostrava os dentes até que Jota subisse e se encarapitasse no jacá. Daí, Jury saía, pode-se dizer, saltitante de felicidade. E Jota também apreciava esse amor do animal por ele.
Assim, Jury e Jota ‘Contra-Peso” ficaram conhecidos por aquelas bandas por conta dessa amizade sincera e profunda de que desfrutavam. Até que Jota cresceu, Jury envelheceu e a vida os levou em diferentes direções, como sempre acontece com meninos sertanejos e éguas híbridas.
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